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DIVERSOS

O animal social, de Elliot Aronson | Resenha

Não é segredo que sou fã de ficção e que a maioria das minhas leituras está inserida nesse gênero. Mas a verdade é que frequentemente sou surpreendido - de forma positiva - quando me aventuro em obras mais técnicas e que buscam aproximar o leitor de temas relevantes. E foi esse o caso de “O animal social”, uma referência na área da psicologia social, publicado em 1972.

NOTA 9/10

DIVERSOS

O vício dos livros, de Afonso Cruz | Resenha

Livros sobre livros me encantam - talvez isso explique o motivo de eu ter escrito um. Gosto muito de entender como a literatura é uma experiência individual e como os livros desempenham diferentes papéis na vida de um leitor. Quando soube que o autor português tinha uma coletânea de textos sobre o tema, logo coloquei “O vício dos livros” na minha lista de próximas leituras. O título já gerou uma identificação imediata: assim como Afonso Cruz, eu também dependo da literatura para conseguir estar no meu estado de “normalidade” (entre muitas aspas).

NOTA 7,5/10

LIVROS

NOTA 09/10

Antes de nascer o mundo, Mia Couto

Se o primeiro livro que li do autor – “A confissão da leoa” – não havia me agradado tanto, “Antes de nascer o mundo” serviu para mostrar o seu brilhantismo. Nessa obra, o narrador Mwanito e seu irmão mais velho, Ntunzi, são criados em Jesusalém – e não a Jerusalém que conhecemos. O cenário dessa obra é um espaço no meio da savana de Moçambique e “criado” pelo pai dos dois jovens, Silvestre. Após a morte de sua esposa, Silvestre resolveu deixar a cidade e levar os seus filhos e seu criado, Zacaria, para morar no meio do nada. Lá, onde resolveu chamar de Jesusalém, Silvestre criou os filhos com a ideia de que o mundo que conheciam teria acabado e que só eles haviam sobrado. É uma fuga de um passado pouco conhecido por Mwanito e que não deve ser falado. Qualquer memória deve ser apagada.

E é no meio desse novo mundo que Mwanito apresenta ao leitor suas dúvidas e questionamentos sobre as histórias contadas pelo pai. Sem qualquer lembrança de seu passado, e sem nunca ter visto uma mulher, o jovem narrador não tem alternativa se não acreditar em tudo que seu pai contava. No entanto, sem muitas explicações, Mwanito é atormentado pela figura da mãe, Dordalma, que nunca pôde conhecer, mas que guia os seus passos. Já Ntunzi, o irmão mais velho, guarda mais memórias da antiga vida e, com o desejo de voltar à civilização, entra em conflitos com Silvestre.

A única conexão de Mwanito com o que talvez exista além de Jesusalém – “O lado de Lá” -está no Tio Aproximado, que de vez em quando aparece na aldeia com novidades e com histórias para contar. Um dia, a fuga constante pelo passado se vê abalada quando Tio Aproximado traz uma mulher para Jesusalém.

Com uma escrita sensível e poética, verdadeira arte em forma de texto, essa obra como certeza explica o destaque de Mia Couto com um dos maiores autores contemporâneos da língua portuguesa. Uma obra marcante!

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. “Não chegamos realmente a viver durante a maior parte de nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos existência. No resto, vamos vagalumeando, acesos apenas por breves intermitências.” #bookster

 

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