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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

NÃO FICÇÃO

NOTA 9/10

DesCasos, Alexandra Szafir

E o livro é surpreendente por diversos motivos.
Em primeiro lugar, pela força de superação da autora. A obra foi escrita quando Alexandra já estava acometida por uma doença degenerativa gravíssima (ELA), que paralisou a maior parte dos seus músculos. Por isso, incapaz de se movimentar ou de falar, a autora escreveu os relatos apenas com o movimento dos olhos, com a ajuda de um programa de computador desenvolvido justamente para pessoas com deficiências.

Em segundo lugar, pelo grau de injustiça contida em cada um dos relatos apresentados. Como sou advogado, já havia lido e escutado casos bem absurdos do nosso sistema judiciário e carcerário. Mas esse livro consegue expor de forma crua e sensível a pouco divulgada realidade de acusados ou presos que, por sua condição social, ficam à mercê de um Estado falido e desestruturado. São casos de advogados que abandonam seus clientes por falta de dinheiro, autoridades que humilham os acusados, presos que estão na cadeia indevidamente, condições desumanas das prisões, e por aí vai…

Em terceiro lugar, a obra é muito acessível. Ela foi escrita para todos, independente se você estudou direito ou não. O livro é curto, fácil e rápido de ler.

Concluindo, na minha opinião DesCasos é uma daquelas leituras necessárias, que escancara uma realidade pouco conhecida, a realidade dos excluídos. Depois de lutar por mais de 10 anos contra a doença, a advogada e escritora faleceu em 2016.

 

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