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DIVERSOS

10 minutos e 38 segundos neste mundo estranho, de Elif Şafak | Resenha

A premissa desse livro, da autora turca Elif Shafak, é incrível e afeta diretamente a estrutura da narrativa. A obra parte de um dado sobre o funcionamento do nosso corpo, com base em observações científicas: após o coração parar de bater, o nosso cérebro ainda apresentaria atividades por até 10 minutos e 38 segundos. E Elif Shafak se vale dessa informação para dar início a história de Leila Tequila, já que logo na primeira página nos deparamos com a informação que a protagonista teria sido assassinada.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Carta ao pai, de Franz Kafka | Resenha


Quais os impactos que uma relação conturbada entre com o pai pode trazer para a vida de um filho? A partir de uma longa carta escrita por Kafka ao seu pai, Hermann Kafka, em 1919, podemos concluir que as marcas são duradouras e complexas. O texto é muito potente e nos dá a sensação de mergulhar na intimidade de alguém, como se estivéssemos abrindo um diário que nunca deveria ter sido lido.

NOTA 9/10

DIVERSOS

NOTA 9/10

Mamãe & eu & Mamãe, de Maya Angelou | Resenha

A busca por uma efetiva reconciliação entre pais e filhos é tratada na literatura há séculos. Para a ativista e poeta norte-americana, Maya Angelou, esse processo teve início muito cedo, aos 13 anos. Depois de problemas no casamento, Maya e seu irmão mais velho foram abandonados pela mãe quando os dois ainda eram muito pequenos. A infância foi vivida na casa da avó paterna, em um estado racista no sul dos Estados Unidos.

Quando sua mãe, Lady Baxter, reaparece e resolve levar Maya para morar junto dela, o ressentimento e as cicatrizes do abandono ressurgem. Se a autora já tinha dificuldade de enxergar Vivian Baxter como sua mãe, a personalidade forte daquele mulher dificultava ainda mais uma aproximação entre as duas. Apesar disso, não há como deixar de se impressionar com a coragem e independência de Vivian em uma época em que o papel da mulher na sociedade esbarrava em diversas restrições.

E apesar de a relação com sua mãe ser o tema principal da obra, Maya narra momentos marcantes de sua infância, do seu casamento e da experiência com a maternidade. Exatamente: não há apenas um mergulho nos conflitos com Lady Bexter, mas há também um enfrentamento dos desafios da maternidade da própria autora.

Publicado quando Maya tinha 85 anos, senti que esse seu último livro foi como um acerto de contas e também uma homenagem a sua mãe, que acabou tendo um papel fundamental na formação da mulher determinada e independente que a História conheceu.

A leitura me emocionou em diferentes momentos e revelou a força de Maya, vítima de descaso, violência e preconceitos. Inclusive, ouvi o audiobook no original, com a narração da própria autora, e a experiência foi incrível.

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A viagem inútil – Trans/escrita, de Camila Sosa Villada | Resenha

O encantamento com “O parque das irmãs magníficas” me despertou a vontade de ler tudo da autora argentina e de conhecer mais sobre a origem de tanta potência. O início de sua relação com os livros, assim como o mergulho irreversível na escrita, é contado por Camila Villada neste ensaio autobiográfico. “A primeira coisa que escrevo na vida é meu nome de homem. Aprendo uma pequena parte de mim”.

NOTA 9/10

DIVERSOS

A Lanterna das Memórias Perdidas, de Sanaka Hiiragi | Resenha

“Comfort books” ou “healing fiction” são termos que ganharam força no mercado editorial nos últimos anos e que têm forte origem em obras escritas por autores japoneses e sul-coreanos. No Brasil, os livros que prometem aquecer o coração do leitor podem ser definidos como “literatura de cura”. Sabe aquele livro que promete te receber como um abraço e te fazer ter uma visão mais otimista sobre a vida? Em alguns momentos eles são muito bem-vindos.

NOTA 8/10