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10 minutos e 38 segundos neste mundo estranho, de Elif Şafak | Resenha

A premissa desse livro, da autora turca Elif Shafak, é incrível e afeta diretamente a estrutura da narrativa. A obra parte de um dado sobre o funcionamento do nosso corpo, com base em observações científicas: após o coração parar de bater, o nosso cérebro ainda apresentaria atividades por até 10 minutos e 38 segundos. E Elif Shafak se vale dessa informação para dar início a história de Leila Tequila, já que logo na primeira página nos deparamos com a informação que a protagonista teria sido assassinada.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Carta ao pai, de Franz Kafka | Resenha


Quais os impactos que uma relação conturbada entre com o pai pode trazer para a vida de um filho? A partir de uma longa carta escrita por Kafka ao seu pai, Hermann Kafka, em 1919, podemos concluir que as marcas são duradouras e complexas. O texto é muito potente e nos dá a sensação de mergulhar na intimidade de alguém, como se estivéssemos abrindo um diário que nunca deveria ter sido lido.

NOTA 9/10

DIVERSOS

NOTA 9/10

Querida Konbini, de Sayaka Murata | Resenha

Dizer que esse livro é sobre uma vendedora de uma Konbini, as famosas lojas de conveniência do Japão, é uma grande injustiça. A obra de Murata vai muito além dessa sinopse, nos apresentando uma personagem interessantíssima – e muito peculiar – que contrasta com o ideal de vida perfeita imaginado pela sociedade atual. E ao fazer isso, a autora acaba tecendo diversas críticas à forma como pensamos e nos relacionamos.

A protagonista, Keiko Furukura, está perto dos seus 40 anos, mas passou metade da vida trabalhando como vendedora de uma Konbini. Sua família, seus amigos e colegas de trabalho não conseguem ficar em paz com a escolha de Keiko: por que ela insiste em desperdiçar a sua vida, deixando de lado oportunidades muito melhores? Por que ela não arranja um marido e constrói uma família?

A verdade é que essa “simples” vendedora de uma loja de conveniência não pensa como os demais. A partir de uma voz ingênua e ao mesmo tempo consciente de suas vontades, ela não busca um relacionamento amoroso e está muito satisfeita com a sua rotina metódica – para dizer o mínimo. No entanto, diante de tanta pressão das pessoas que a cercam, Keiko começa a tomar atitudes tidas como corajosas, o que gera diversas consequências para a sua vida. E diante disso acompanhamos as dúvidas alimentadas pelos outros e que passam a atormentá-la…

Gostei muito como a autora conseguiu construir uma personagem complexa, adentrando em seus conflitos ligados a temas tão atuais: propósitos, expectativas, relacionamentos e felicidade. Em alguns momentos, até me questionei se a personagem tem alguma questão envolvendo sua capacidade de se relacionar com o mundo e com os outros, mas Murata não nos dá muitas explicações objetivas… Também foi muito interessante ler esse livro no Japão e ver na prática a importância dessas lojas de conveniência no dia a dia das cidades japonesas.

A primeira metade do livro é sensacional, mas acabei ficando um pouco decepcionado com o restante, o que me impede de dar uma nota máxima. De qualquer forma, gostei muito da leitura, que é bastante peculiar e pode não agradar todos os leitores! Se você gosta de personagens diferentes e de um enredo que foge do comum, pode ir com tudo!

Nota 9/10

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Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo | Resenha

Conceição é uma das maiores autoras brasileiras de hoje. Escolher uma de suas obras é ter a certeza de encontrar personagens marcantes e uma escrita potente, que atravessa o leitor ao abordar vivências tão reais e que revelam as desigualdades e problemas sociais do nosso país. Além disso, quem já teve a oportunidade - e privilégio - de assistir à autora ao vivo sabe o impacto e a doçura de sua presença.

NOTA 10/10

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A cachorra, de Pilar Quintana | Resenha

Depois de terminar esse curto romance da autora colombiana Pilar Quintana, fiquei com a sensação de que meu nível de tolerância para livros com temáticas perturbadoras está bem alto, rs - ou os temas aqui tratados não me tocaram de forma tão profunda. Isso porque quando decidir ler “A cachorra”, recebi diversas mensagens de leitores me alertando sobre o impacto da narrativa e do enredo, algo que se assemelharia a “A vegetariana”. No entanto, confesso que me decepcionei com a leitura...

NOTA 6/10