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DIVERSOS

10 minutos e 38 segundos neste mundo estranho, de Elif Şafak | Resenha

A premissa desse livro, da autora turca Elif Shafak, é incrível e afeta diretamente a estrutura da narrativa. A obra parte de um dado sobre o funcionamento do nosso corpo, com base em observações científicas: após o coração parar de bater, o nosso cérebro ainda apresentaria atividades por até 10 minutos e 38 segundos. E Elif Shafak se vale dessa informação para dar início a história de Leila Tequila, já que logo na primeira página nos deparamos com a informação que a protagonista teria sido assassinada.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Carta ao pai, de Franz Kafka | Resenha


Quais os impactos que uma relação conturbada entre com o pai pode trazer para a vida de um filho? A partir de uma longa carta escrita por Kafka ao seu pai, Hermann Kafka, em 1919, podemos concluir que as marcas são duradouras e complexas. O texto é muito potente e nos dá a sensação de mergulhar na intimidade de alguém, como se estivéssemos abrindo um diário que nunca deveria ter sido lido.

NOTA 9/10

DIVERSOS

NOTA 9/10

Monique se liberta, de Édouard Louis | Resenha

O jovem autor francês, de 32 anos anos, causou uma comoção em sua vinda ao Brasil no final do ano passado. Assisti a sua participação na FLIP e foi, sem dúvidas, umas das mesas mais impactantes que já presenciei. Já tendo lido dois de seus livros, foi muito marcante poder vê-lo pessoalmente falar dos temas que marcam suas obras: relações familiares, estrutura social e sexualidade. Para finalizar seu encontro com os leitores brasileiros, ainda tive o privilégio de participar da bancada do Roda Viva e fazer algumas perguntas ao fenômeno literário (você pode assistir à entrevista completa no canal do YouTube do programa).

“Monique se liberta” foi a última leitura que fiz, depois de já ter conhecido o autor. A personagem principal da obra é sua mãe, cujo nome está logo no título. No caso, essa é a sua segunda libertação. Em “Lutas e metamorfoses de uma mulher”, Édouard Louis narra as dificuldades da mãe de enfrentar um relacionamento violento e marcado por um cenário de pobreza e injustiças sociais.

Já em seu livro mais recente no Brasil, o autor descreve as tristezas vividas por sua mãe com um novo companheiro. Ou seja, mesmo tendo conseguido sair daquela cidade operária e de um casamento opressivo, Monique mais uma vez se encontra em uma situação de refém – tanto psicologica como financeiramente – de uma dominação masculina. Ela estava livre, mas o ciclo de violências a que está submetida a prende de novo.

A obra vai além e aborda os temas recorrentes do trabalho de Édouard Louis. O contraste da sua nova realidade com a de sua mãe, uma denuncia social e política e um certo acerto de contas com o seu passado.

Sou suspeito para falar do autor, mas recomendo muito todas as obras que já li. Leia sem medo, já que seus livros são acessíveis e tratam de sua própria vida, mas sem deixar de lado o impacto e a profundidade dos temas enfrentados.

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A vegetariana, de Han Kang | Resenha

Perturbador. Se me pedissem para descrever o fenômenos sul-coreano, que vendeu milhões de exemplares pelo mundo, em apenas uma palavra, não teria dúvidas na resposta. E se para muito leitores o livro foi longe demais, causando um incômodo que prejudicou a experiência, para mim “A Vegetariana” foi uma leitura excelente.

NOTA 10/10

DIVERSOS

A cegueira do rio, de Mia Couto | Resenha

A importância da memória coletiva. É sobre esse tema que o autor moçambicano Mia Couto constrói o seu mais recente romance. Os seus personagens nascem para impedir que um acontecimento histórico brutal tenha uma única versão, comandada pelo colonizador branco.

NOTA 9/10