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Radicado em Porto Alegra, Jeferson Tenório é, hoje, um dos exemplos do alcance que a literatura nacional contemporânea vem atingindo. O sucesso “O avesso da pele”, vencedor do Prêmio Jabuti, vendeu milhares de cópias no Brasil - e fora dele -, confirmando a importância de valorizamos o que vem sendo produzido pelos nossos autores.

NOTA 9/10

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Narciso e Goldmund, de Hermann Hesse | Resenha

O vencedor do Nobel de 1946 tem uma extensa produção literária e, em seus romances, abordar questões filosóficas e existenciais. “Sidarta”, “O lobo da estepe” e “Demian” são alguns dos que li e que me despertaram o interesse no autor. Com “Narciso e Goldmund”, que estava esgotada há anos no Brasil, o autor repete a sua forma de escrever e cria uma narrativa sobre dois amigos, repleta de boas reflexões. É um romance sobre opostos.

De um lado, o jovem e belo Goldmund, que chega a um convento na Alemanha medieval a pedido do pai, com o objetivo de se tornar um homem da religião. De outro lado, Narciso é um monge, vive no convento e leva uma vida dedicada à fé e aos estudos. Com o tempo, surge uma relação de mestre e pupilo entre os dois, regada de um sentimento de admiração recíproco. As diferenças entre os dois amigos não é um impeditivo para essa forte união.

Incomodado pelos conflitos internos que o afligem, Goldmund resolve deixar o convento e seguir um caminho de busca pela felicidade e pela memória de sua mãe. É uma vida de andarilho, sem planos traçados e sem um destino certo. E o interessante é perceber como o prazer sentido pelo personagem acaba se desprendendo de objetos ou de sentimentos que, para muitos de nós, estão atrelados à felicidade. Ainda que o tema seja atualmente clichê, já em 1930 Hesse se debruçava sobre a importância de fruir o momento e de não se conformar com os valores estabelecidos. Mas será que Goldmund consegue se manter fiel a esse desprendimento?

O início do livro é lento, como se o autor quisesse nos mostrar o ritmo daquele convento, em que a dedicação pela fé e o estudo são a regra principal. A leitura ganha força com a saída de Goldmund e com as dificuldades e paixões que o andarilho encontra. Não foi o livro que mais gostei do autor e, na verdade, depois de já ter lido algumas de suas obras, comecei a sentir que os temas se repetem, como se seguisse uma fórmula. De todo modo, terminei envolvido com os personagens e satisfeito com a leitura. Se você vencer o começo mais parado, provavelmente vai gostar!

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