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Angústia, de Graciliano Ramos | Resenha

Graciliano tem uma habilidade admirável de criar personagens com densidade psicológica, quase como se pudessem sair andando pelas páginas. Em “Angústia”, talvez o autor tenha conseguido criar o mais real deles, Luís Pereira da Silva, e isso justifica o título da obra, já que o leitor realmente compartilha esse sentimento atormentador com o protagonista.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Amanhã tardará, de Pedro Jucá | Resenha

Em seu romance de estreia, o jovem autor brasileiro nos apresenta uma história forte sobre traumas, relações familiares e sexualidade. E tudo isso a partir de um retorno, da busca às origens: Marcelo, o protagonista, volta a sua cidade natal por conta da doença que acomete seu pai e se depara com resquícios - extremamente doloridos - de um passado conturbado.

NOTA 8,5/10

DIVERSOS

NOTA 9/10

De onde eles vêm, de Jeferson Tenório | Resenha

Radicado em Porto Alegra, Jeferson Tenório é, hoje, um dos exemplos do alcance que a literatura nacional contemporânea vem atingindo. O sucesso “O avesso da pele”, vencedor do Prêmio Jabuti, vendeu milhares de cópias no Brasil – e fora dele -, confirmando a importância de valorizamos o que vem sendo produzido pelos nossos autores.

Por outro lado, o seu livro também é exemplo de como o conservadorismo e a polarização podem ser uma ameaça para a cultura e diversidade. No início desse ano, “O avesso da pele” foi vítima de uma triste tentativa de censura, com o seu banimento em escolas estaduais. O medo do diferente é real e os temas tratados por Jeferson, ao contrário de serem uma ameaça, apenas revelam a necessidade de incluirmos as mais diversas formas discriminação – tão recorrentes – no centro do debate.

Em seu mais novo romance, “De onde eles vêm”, o autor toca mais uma vez em um tema sensível e de extrema relevância: as cotas raciais em universidades. Jeferson insere a discussão a partir da perspectiva o jovem Joaquim, por volta dos anos 2000, quando ingressaram os primeiros estudantes nas instituições brasileiras. É a denúncia de que se um primeiro obstáculo foi superado, muitos outros ainda teriam que ser enfrentados.

Joaquim é órfão, de família pobre e precisa cuidar de sua avó, uma senhora doente e que demanda muita atenção. Desempregado, e com pouquíssimos recursos, o protagonista precisa dividir seu tempo entre os estudos, a sua avó e a juventude. Ele tem direito ao amor, às amizades e à diversão, apesar de a sociedade tentar tirar isso dele. Não bastassem as dificuldades no seu dia a dia, Joaquim também enfrenta o preconceito no ambiente universitário por ser um aluno cotista. As diferenças que tentam impor ao estudante escancaram a desigualdade e o racismo em nosso país.

A escrita é muito acessível e o desenvolvimento da história acontece de uma maneira muito fluida. Ao mesmo tempo que Jeferson enfrenta temas importantes, constrói uma narrativa que provavelmente vai agradar os mais diferentes leitores.

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Narciso e Goldmund, de Hermann Hesse | Resenha

O vencedor do Nobel de 1946 tem uma extensa produção literária e, em seus romances, abordar questões filosóficas e existenciais. “Sidarta”, “O lobo da estepe” e “Demian” são alguns dos que li e que me despertaram o interesse no autor. Com “Narciso e Goldmund”, que estava esgotada há anos no Brasil, o autor repete a sua forma de escrever e cria uma narrativa sobre dois amigos, repleta de boas reflexões. É um romance sobre opostos.

NOTA 8,5/10

DIVERSOS

#DesafioBookster2024 | Dezembro

Mês: Dezembro
Sentimento: Desejo
Livro: Amanhã Tardará, de Pedro Jucá

NOTA