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Angústia, de Graciliano Ramos | Resenha

Graciliano tem uma habilidade admirável de criar personagens com densidade psicológica, quase como se pudessem sair andando pelas páginas. Em “Angústia”, talvez o autor tenha conseguido criar o mais real deles, Luís Pereira da Silva, e isso justifica o título da obra, já que o leitor realmente compartilha esse sentimento atormentador com o protagonista.

NOTA 9/10

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Amanhã tardará, de Pedro Jucá | Resenha

Em seu romance de estreia, o jovem autor brasileiro nos apresenta uma história forte sobre traumas, relações familiares e sexualidade. E tudo isso a partir de um retorno, da busca às origens: Marcelo, o protagonista, volta a sua cidade natal por conta da doença que acomete seu pai e se depara com resquícios - extremamente doloridos - de um passado conturbado.

NOTA 8,5/10

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NOTA 8/10

A Lanterna das Memórias Perdidas, de Sanaka Hiiragi | Resenha

“Comfort books” ou “healing fiction” são termos que ganharam força no mercado editorial nos últimos anos e que têm forte origem em obras escritas por autores japoneses e sul-coreanos. No Brasil, os livros que prometem aquecer o coração do leitor podem ser definidos como “literatura de cura”. Sabe aquele livro que promete te receber como um abraço e te fazer ter uma visão mais otimista sobre a vida? Em alguns momentos eles são muito bem-vindos.

A curiosidade sobre esse novo gênero chegou na minha estante e a dica que recebi foi: “A lanterna das memórias perdidas”. Já gostei da premissa logo no início, por envolver um tema que me interessa na literatura, a morte. Na narrativa criada pela autora japonesa, o cenário principal é um estúdio fotográfico que não está situado em nosso plano. É um meio-termo entre a vida e a morte.

O responsável pelo local, Hirasaka, recebe pessoas que acabaram de falecer. E o procedimento é sempre o mesmo: as almas vêm acompanhadas de um envelope – ou muitos – com fotografias de cada dia de vida. Um verdadeiro álbum de memórias. Hirasaka dá ao visitante a difícil tarefa de escolher uma foto preferida para cada ano e, caso uma foto precise de reparos, a pessoa ganha a chance de revisitar aquele dia e tirar uma nova foto. Ao final, a alma estará diante de um caleidoscópio final de suas lembranças.

E é nessa difícil missão que acompanhamos três personagens com histórias muito diferentes. Realmente senti uma sensação boa no decorrer das páginas. Não é um livro que se aprofunda na construção dos personagens, mas acredito que essa nem seja a intenção da autora. O leitor se depara com uma boa narrativa, fácil de ler e com reflexões interessantes sobre a forma com que lidamos com nossas próprias memórias. E se estivéssemos no lugar desses visitantes?

O final do livro também é muito bonito e acabou me surpreendendo. Não sei se a “literatura de cura” é o gênero que mais combina comigo, mas não tenho dúvidas de que esse foi um livro prazeroso e que pode agradar muitos leitores. Uma leitura leve, rápida e cativante.

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O que leva alguém a chegar a um nível tão extremo de solidão que a sua falta não é sentida por ninguém? Foi a partir desse questionamento que a autora mineira decidiu escrever o seu primeiro romance após se deparar com uma notícia que a chocou: na Espanha, uma mulher foi descoberta sem vida em seu apartamento depois de 5 anos. Durante todo esse tempo, ninguém notou a sua ausência.

NOTA 9,5/10

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#DesafioBookster2024 | Outubro

Mês: Outubro
Sentimento: Angústia
Livro: Angústia, de Graciliano Ramos

NOTA