Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável – para não dizer caótico.
No dia da festa de seu casamento, Pseldonímov recebe uma visita um tanto quanto inusitada: o seu chefe, Ivan Pralínski aparece de surpresa e sem ter sido convidado – até porque não há uma relação próxima entre os funcionários de cargos hierárquicos tão distantes. A ideia surge em Pralínski depois de tomar algumas taças de champanhe, mesclando um ato altruísta com uma certa curiosidade de conhecer uma festividade de um nível social muito abaixo do seu.
E não bastasse a surpresa gerada pelo (não) convidado incomum, Pseldonímov precisa lidar com um chefe embriagado e dono de um ego maior do que sua residência. Pralínski fará de tudo para conquistar aqueles a sua volta e mostrar que está acima de todos: afinal, como poderiam não ficar impressionados com ele?
Publicado em 1862, a novela é uma leitura muito interessante e que de forma muito acessível se aprofunda em questões sociais, diferenças de classes e a ideia do ridículo. Não há como se deparar com a situação e não sentir constrangimento por todos os envolvidos. Por ser uma leitura fácil, “Uma história desagradável” pode ser uma boa opção para quem nunca leu nada do autor.
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