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Quem matou meu pai, de Édouard Louis | Resenha

Um manifesto literário e íntimo. Com menos de 100 paginas, Édouard Louis constrói um texto híbrido, que combina críticas sociais à desigualdade e à sociedade opressora em que vivemos, com suas memórias, em especial a sua conturbada relação com seu pai, que não aceitava um filho gay. Se a autoaceitação de uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ já é um processo difícil e dolorido, enfrentar esses medos com a repulsa familiar é uma tarefa muito mais sofrida.

NOTA 9/10

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Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski | Resenha

Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável - para não dizer caótico.

NOTA 9/10

LIVROS

NOTA 10/10

Homens imprudentemente poéticos, Valter Hugo Mãe

Mais uma obra prima de um dos meus autores contemporâneos favoritos (se não, o favorito de todos). Em “Homens imprudentemente poéticos”, o autor constrói sua narrativa a partir de um cenário do Japão antigo, campesino e artesão.A narrativa gira em orno de dois homens extremamente simples, Itaro e Saburo, um artesão e um oleiro. Enquanto Itaro não acredita e não se deixa enganar pelo amor, vivendo apenas de seu ofício de artesão, Saburo se recusa a deixar de amar a sua falecida esposa. O enredo pode aparentar ser simples, mas é extremamente profundo e desperta reflexões no leitor.

A morte também rodeia a história. O vilarejo em que vivem Itaro e Saburo fica ao pé da Floresta dos Suicidas, local em que as pessoas buscam um refúgio para acabar com o próprio sofrimento.

O que torna “Homens imprudentemente poéticos” uma obra ainda mais sensacional é a forma que Valter Hugo Mãe escreve. É realmente IMPRESSIONANTE…. Cada palavra é pensada e traz consigo um forte tom poético!

Mas se você nunca leu nada do autor, não recomendaria começar por esse título. Isso porque a história é mais parada e muito reflexiva, o que pode deixar o leitor que não está acostumado com o estilo de Valter Hugo Mãe um pouco cansado, com dificuldades de avançar na leitura. Para começar, sugiro “O filho de mil homens” ou “A máquina de fazer espanhóis”. Apesar de nessas duas obras a escrita ser diferente, já que o autor não utiliza letras maiúsculas, nem interrogações ou travessão, você se acostuma depois das primeiras páginas e o enredo flui bem mais!

 

Trecho do livro:

“A menina, habitante sobretudo dos sonhos, disse: havíamos de ter um jardim seco. Um de pedras que fizesse o ondulado do mar. Tão bem alinhado que fosse um desenho perfeito por onde poderíamos percorrer os dedos. A criada perguntou: seco. A cega respondeu: teríamos sempre lágrimas para o molhar. E sorriu.”

 

Editora: Biblioteca Azul

Número de Páginas: 192

Ano de publicação: 2016

 

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