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Angústia, de Graciliano Ramos | Resenha

Graciliano tem uma habilidade admirável de criar personagens com densidade psicológica, quase como se pudessem sair andando pelas páginas. Em “Angústia”, talvez o autor tenha conseguido criar o mais real deles, Luís Pereira da Silva, e isso justifica o título da obra, já que o leitor realmente compartilha esse sentimento atormentador com o protagonista.

NOTA 9/10

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Amanhã tardará, de Pedro Jucá | Resenha

Em seu romance de estreia, o jovem autor brasileiro nos apresenta uma história forte sobre traumas, relações familiares e sexualidade. E tudo isso a partir de um retorno, da busca às origens: Marcelo, o protagonista, volta a sua cidade natal por conta da doença que acomete seu pai e se depara com resquícios - extremamente doloridos - de um passado conturbado.

NOTA 8,5/10

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NOTA 10/10

A vegetariana, de Han Kang | Resenha

Perturbador. Se me pedissem para descrever o fenômenos sul-coreano, que vendeu milhões de exemplares pelo mundo, em apenas uma palavra, não teria dúvidas na resposta. E se para muito leitores o livro foi longe demais, causando um incômodo que prejudicou a experiência, para mim “A Vegetariana” foi uma leitura excelente.

Nos últimos meses, o livro voltou às prateleiras de mais vendidos depois do anúncio do Prémio Nobel de Literatura de 2024 à autora Han Kang. O resultado causou certa surpresa no mercado literário, já que a Academia Sueca não costuma escolher autores tão jovens e que costumam vender tantos livros, como se o aspecto comercial fosse uma chancela – negativa – da qualidade literária das obras. Na minha opinião, nada mais injusto do que esse pensamento.

Sobre o enredo, não espere uma leitura relacionada ao título. Há, sim, uma personagem que de um dia para o outro decide parar de comer carne. Mas isso é só o início de um comportamento peculiar e sem muitas explicações que acaba tumultuando todos aos seu redor. O que se sabe é que Yeonghye tem sonhos misteriosos, que acabam conduzindo as suas decisões e o seu afastamento social gradativo.

E o mistério é reforçados pelas distintas vozes que nos apresentam a narrativa – nenhuma delas de Yeonghye. Em um primeiro momento temos a perspectiva do seu marido e o espanto gerado pela abrupta mudança da personagem. Na segunda parte, a história passa a ser contada pelo cunhado de Yeonghye, que passa a trazer um aspecto erótico e mais perturbador para as páginas. E, por fim, é a irmã da vegetariana que finaliza a obra.

Por trás de uma decisão aparentemente inocente, temos uma família problemática, uma infância delicada e uma denúncia da opressão feminina e uma reflexão sobre a nossa concepção de loucura – até porque não temos o ponto de vista de Yeonghye.

Em diversos momentos fiquei com o estômago embrulhado e, ao mesmo tempo, com dificuldade de largar aquelas páginas. Se você não se importa com um romance perturbador, “A vegetariana” é uma escolha certeira e que te deixará pensando por muitos dias

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A importância da memória coletiva. É sobre esse tema que o autor moçambicano Mia Couto constrói o seu mais recente romance. Os seus personagens nascem para impedir que um acontecimento histórico brutal tenha uma única versão, comandada pelo colonizador branco.

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De onde eles vêm, de Jeferson Tenório | Resenha

Radicado em Porto Alegra, Jeferson Tenório é, hoje, um dos exemplos do alcance que a literatura nacional contemporânea vem atingindo. O sucesso “O avesso da pele”, vencedor do Prêmio Jabuti, vendeu milhares de cópias no Brasil - e fora dele -, confirmando a importância de valorizamos o que vem sendo produzido pelos nossos autores.

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