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Mamãe & eu & Mamãe, de Maya Angelou | Resenha

A busca por uma efetiva reconciliação entre pais e filhos é tratada na literatura há séculos. Para a ativista e poeta norte-americana, Maya Angelou, esse processo teve início muito cedo, aos 13 anos. Depois de problemas no casamento, Maya e seu irmão mais velho foram abandonados pela mãe quando os dois ainda eram muito pequenos. A infância foi vivida na casa da avó paterna, em um estado racista no sul dos Estados Unidos.

NOTA 9/10

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NOTA 8,5/10

“Nu, de botas”, de Antonio Prata

Escolhi esse livro depois de pedir indicações para vocês de uma leitura mais leve, já que eu vinha em uma sequência de obras mais densas e impactantes. Fiquei muito satisfeito com essa sugestão! “Nu, de botas” é uma coletânea de crônicas que tem como temática momentos da infância do autor. E, de fato, como promete, a leitura é muito fácil e bem-humorada. O leitor não encontra um livro de memórias, mas sim uma narrativa criada a partir do ponto de vista de uma criança. Assuntos sérios e delicados são relatados com o vocabulário de um adulto, mas com a inocência e a ingenuidade características de uma criança, em que a cada dia há uma nova descoberta.
A construção desse narrador infantil é feita de forma tão inteligente que em inúmeras passagens me identifiquei com os seus pensamentos. Imagino que quem tenha nascido na década de 70, como o autor, possa se conectar ainda mais com as referências contidas em cada uma das crônicas, como programas de televisão, brincadeiras e acontecimentos históricos. Para mim, que nasci na década de 90, já foi uma oportunidade muito legal de revisitar as memórias da infância!
Recomendo muito! .

Trecho:
“Hoje em dia, se a polícia para um carro e flagra uma criança nessa posição, o motorista deve perder a carta, talvez até a guarda dos filhos, mas estávamos em 1984 e o mundo era outro, não se usava cinto de segurança nem protetor solar, as pessoas não andavam por aí com garrafinhas d’água, como se fosse o elixir da vida eterna, fazíamos cinzeiros de argila para os pais nas aulas de artes e o colesterol era apenas uma vaga ameaça de gente paranoica, como a CIA ou a KGB, (…)”(p. 91) “De início, todos na rua tinham o mesmo poder aquisitivo e os bens per capita se resumiam a uma bicicleta, uma bola de futebol e uma caixa onde se misturavam Playmobils (…). Com o lançamento do álbum de figurinhas da Copa de 82, contudo, percebemos uma ligeira diferença na distribuição de renda: uns recebiam cinco pacotinhos por dia, outros tinham direito a dez, mas nada que ameaçasse nosso equilíbrio socioeconômico.”(p. 95)

Editora: Companhia das Letras

Ano de publicação: 2013

Número de páginas:  144

Link de compra: https://amzn.to/2Vp6mLr

 

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