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Não costumo dizer isso, mas cada vez mais fico convencido de que Annie Ernaux é uma daquelas autoras que você precisa ter em sua estante. E o que me surpreende é que a ganhadora do Nobel de Literatura de 2022, utiliza uma escrita simples e seca para construir seus textos.

Apesar de ter mais de 20 livros publicados, a Ernaux mantém um padrão em seus textos: mergulhar nas suas memórias, de uma forma pouco pessoal e sem deixar de lado o contexto social em que ela e os personagens importantes de sua vida estão inseridos.

E é isso que vemos em “Uma Mulher”, o mais novo livro publicado pela @fosforoeditora no Brasil. Nele, a autora constrói em pouco mais de 60 páginas a história de sua mãe. Uma mulher que nasceu em uma pequena cidade da Normandia, na França, e que trabalhou desde cedo. Uma mulher que tentou sempre se diferenciar dos seus iguais, mas que também enfrentou dificuldades ao se enquadrar em uma nova realidade, de menos dificuldades e mais recursos. A forma como a autora mistura as memórias com esse aspecto social dos personagens é um dos pontos mais interessantes para mim.

E a relação entre as duas também é retratada nas páginas escritas nos meses seguintes à morte da mãe, em 7 de abril de 1986. Ernaux tenta equilibrar a emoção pelos momentos difíceis ou amorosos que teve, com os fatos da vida de uma mulher corajosa e dura. Os anos finais, quando sua mãe sofria com o Alzheimer, também é narrado pela autora. É dolorido ter que se tornar mãe daquela que sempre foi a responsável pelo nosso cuidado.

E é na universalidade dos temas tratados pela autora que a gente consegue se identificar e se aproximar do texto. Se Ernaux às vezes não sabe porque escreve o texto, para o leitor essa dúvida não tem importância, já que a experiência da leitura confirma a relevância da autora.

Leiam Annie Ernaux. E se você nunca leu nada da autora, essa pode ser uma boa primeira opção!

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