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Relato de um náufrago, de Gabriel García Márquez | Resenha

Publicada em vários capítulos no Jornal El Espectador, em 1955, “Relato de um náufrago” é uma das primeiras obras escritas por Gabriel García Márquez e nos apresenta um texto jornalístico, que causou fortes impactos na sociedade da época. A narrativa traz em detalhes os 10 dias de Velasco, um marinheiro que é arremessado, junto com outros colegas, de um navio durante uma tempestade em fevereiro de 1955. Velasco foi o único sobrevivente da tragédia e ficou à deriva sozinho em uma pequena balsa por 10 dias até ser encontrado em condições extremas.

NOTA 9/10

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O retorno, de Dulce Maria Cardoso | Resenha

A literatura portuguesa já conquistou meu coração de leitora há anos, com várias obras entrando para a minha lista de favoritas da vida. O que sempre me incomodou, confesso, era a pouca presença de autoras mulheres nas minhas leituras. O Retorno, de Dulce Maria Cardoso, estava na minha estante há tempos - e fico muito feliz de finalmente ter dado uma chance a ele. Fui imediatamente envolvido pela narrativa e pela força da temática.

NOTA 9/10

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NOTA 10/10

A hora da estrela, Clarice Lispector

“A hora da estrela” foi um daqueles livros que comecei a ler com uma expectativa alta – o que costuma ser arriscado – e que, ao final, se superou. É, antes de mais nada, uma obra que transborda humanidade. O enredo é simples: Macabéa é uma jovem nascida em Alagoas, órfã, pobre e que se muda para a cidade grande para trabalhar como datilógrafa. Logo no início, Rodrigo SM, o narrador e alter-ego da própria Clarice, já afirma não “ser complexo o que escreverei”. Mas apesar de uma história simples, a autora constrói uma riquíssima, cheia de reflexões.
Já a personagem é mesmo simples, não só no sentido material, por ser pobre, mas também como ser humano. Macabéa é pura, ingênua, sem grandes ambições. Macabéa almeja apenas ser feliz, ainda que não saiba muito bem em que consista a felicidade. E é por meio dessa obra que Clarice – ou melhor, Rodrigo SM – dá voz ao cidadão “comum”. Dá o direito ao grito às “milhares de moças espalhadas pelos crotiçoes, vagas de cama num quarto, atrás de balcões trabalhando até a estafa”. A escrita de Clarice é muito impactante, sendo, na minha opinião, uma das características responsáveis por elevar essa obra à categoria dos grandes clássicos da literatura nacional – e, até mesmo, mundial. É uma obra carregada de metalinguagem, isto é, o narrador se vale do próprio livro para explicar e refletir com o leitor sobre a tarefa de escrever uma história. Com esse método, Clarice consegue aproximar o leitor da narrativa e, por consequência, da vida de Macabéa. No início, a extrema ingenuidade da personagem pode despertar um certo incomodo em quem lê a obra. Mas essa sensação é logo substituída por uma compaixão, criando um forte laço entre o leitor e Macabéa. Na minha opinião, é uma leitura obrigatória!
Também recomendo muito essa edição que comprei da @editorarocco, com reproduções do manuscrito original e textos de apoio que enriquecem ainda mais a leitura.
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“O que escrevo é mais do que invenção, é minha obrigação contar sobre essa moça entre milhares delas. E dever meu, nem que seja de pouca arte, o de revelar-lhe a vida. Porque há o direito ao grito. Então eu grito.” #bookster

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