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Relato de um náufrago, de Gabriel García Márquez | Resenha

Publicada em vários capítulos no Jornal El Espectador, em 1955, “Relato de um náufrago” é uma das primeiras obras escritas por Gabriel García Márquez e nos apresenta um texto jornalístico, que causou fortes impactos na sociedade da época. A narrativa traz em detalhes os 10 dias de Velasco, um marinheiro que é arremessado, junto com outros colegas, de um navio durante uma tempestade em fevereiro de 1955. Velasco foi o único sobrevivente da tragédia e ficou à deriva sozinho em uma pequena balsa por 10 dias até ser encontrado em condições extremas.

NOTA 9/10

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O Barman do Ritz de Paris, de Philippe Collin | Resenha

A temática da Segunda Guerra Mundial tem sido abordada de forma constante pela literatura, revelando a necessária retomada de um período devastador da História. Embora a obra de Philippe Collin tenha como pano de fundo esse mesmo acontecimento, ela é construída a partir de uma perspectiva pouco comum: os bastidores de um ambiente descontraído, frequentado pelos endinheirados ou oficiais de alto escalão. Não é nos campos de batalha, presídios de guerra ou campos de concentração que se passa o enredo. mas sim em um bar de um dos hotéis mais luxuosos do mundo.

NOTA 8/10

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NOTA 9/10

O retorno, de Dulce Maria Cardoso | Resenha

A literatura portuguesa já conquistou meu coração de leitora há anos, com várias obras entrando para a minha lista de favoritas da vida. O que sempre me incomodou, confesso, era a pouca presença de autoras mulheres nas minhas leituras. O Retorno, de Dulce Maria Cardoso, estava na minha estante há tempos – e fico muito feliz de finalmente ter dado uma chance a ele. Fui imediatamente envolvido pela narrativa e pela força da temática.

Voltamos à década de 1970, quando Portugal perde as suas colônias do continente africano e precisa receber centenas de milhares de portugueses e seus descendentes que viviam em Angola, Moçambique e outros territórios. É um movimento histórico que eu ainda não tinha encontrado na literatura: a volta de quem, na verdade, nunca tinha ido. Retornar para uma casa que não é sua. Não pertencer.

É justamente esse o caso de Rui, protagonista do romance. Adolescente nascido em Angola, ele cresceu, estudou e construiu laços naquele país. Mas tudo muda com a independência angolana, em 1975. Rui, a mãe e a irmã precisam deixar às pressas o único lugar que ele chamou de casa. O pai permanece em meio à violência, prometendo reencontrá-los em Portugal.

Além do trauma da partida, Rui enfrenta o preconceito contra os “retornados” e o medo constante sobre o futuro. Em Lisboa, a família é realocada em hotéis transformados em centros de acolhimento para quem chega da África. Lugares superlotados, marcados pela incerteza e pela falta do que ficou para trás. O protagonista vive o medo de nunca mais encontrar o seu pai.

Também gostei muito de acompanhar tudo pela perspectiva de um jovem que, apesar do caos ao redor, continua vivendo as banalidades e inquietações da adolescência. Entre o deslocamento e o amadurecimento, Rui ainda sente as vontades e angústias de um garoto da sua idade.

Terminei a leitura admirando a escrita envolvente da autora, o contexto histórico e a profundidade dos personagens. “O retorno” me fez refletir sobre uma temática que eu pouco conhecia e me apresentou uma autora portuguesa potente, que certamente terá lugar cativo na minha estante.

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O Barman do Ritz de Paris, de Philippe Collin | Resenha

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NOTA 8/10

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O tempo das cerejas, de Montserrat Roig | Resenha

O retorno do exílio é um tema que me desperta muito interesse na literatura. Isso porque a pessoa retorna para um local que não existe mais, já que o tempo transformou não apenas o país e a cidade em ela vivia, mas também os seus amigos e a própria família. Em “O tempo das cerejas”, um clássico da literatura catalã, conhecemos a história de Natàlia, uma mulher que retorna à Espanha depois de 12 anos de uma fuga do regime franquista que marcou o seu país por tantos anos.

NOTA 8,5/10