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Relato de um náufrago, de Gabriel García Márquez | Resenha

Publicada em vários capítulos no Jornal El Espectador, em 1955, “Relato de um náufrago” é uma das primeiras obras escritas por Gabriel García Márquez e nos apresenta um texto jornalístico, que causou fortes impactos na sociedade da época. A narrativa traz em detalhes os 10 dias de Velasco, um marinheiro que é arremessado, junto com outros colegas, de um navio durante uma tempestade em fevereiro de 1955. Velasco foi o único sobrevivente da tragédia e ficou à deriva sozinho em uma pequena balsa por 10 dias até ser encontrado em condições extremas.

NOTA 9/10

DIVERSOS

O retorno, de Dulce Maria Cardoso | Resenha

A literatura portuguesa já conquistou meu coração de leitora há anos, com várias obras entrando para a minha lista de favoritas da vida. O que sempre me incomodou, confesso, era a pouca presença de autoras mulheres nas minhas leituras. O Retorno, de Dulce Maria Cardoso, estava na minha estante há tempos - e fico muito feliz de finalmente ter dado uma chance a ele. Fui imediatamente envolvido pela narrativa e pela força da temática.

NOTA 9/10

DIVERSOS

NOTA 9/10

Trilogia de Copenhagen, de Tove Ditlevsen | Resenha

A primeira parte da obra, em que a autora dinamarquesa escreve sobre a sua infância, é um dos textos mais marcantes que li nos últimos tempos. Gosto de livros autobiográficos de pessoas “comuns”, que fogem da fórmula best-seller de obras escritas por grandes personalidades de sucesso. E é isso que encontramos em “Trilogia de Copenhagen”, as memórias de uma escritora nascida em 1917 na Dinamarca e cuja vida desafiou os padrões do que a sociedade esperava de uma mulher da sua época.

O livro é dividido em três partes, publicados de forma independente e que foram reunidos só em edições recentes: Infância, Juventude e Dependência. É muito interessante acompanhar a mudança com que a autora se comunica em cada uma das fases da sua vida. A “Infância” me encantou e revelou uma extrema habilidade de narrar uma história a partir da voz de uma criança. Tove cresceu em uma família tumultuada e o afeto lhe fazia falta. Tove era uma criança sonhadora e sua infância acaba lhe perseguindo por toda a vida.

As demais partes também são bem envolventes, com destaque para “Dependência”, em que conhecemos o desafio vivido pela autora na luta contra o vício em remédios. É uma leitura muito angustiante e que pode incomodar um leitor mais sensível.

Tove demonstra uma coragem inspiradora de não se submeter ao julgamento da sociedade. Ela viveu diferentes relacionamentos – muitos que lhe fizeram mal – e não desistia do seu objetivo de ver a sua escrita publicada.

Além disso, apesar de ser um livro de memórias, a escrita carrega uma narrativa similar a um romance. Em vários momentos me esquecia que aquela protagonista realmente existiu e tinha vivido tudo o que estava sendo contado. A sensação era de ler um romance impactante e que me segurava naquelas páginas. Gostei demais e recomendo fortemente!

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Ozymandias, de José Roberto de Castro Neves | Resenh

Uma narrativa envolvente que transporta a mitologia grega para a nossa atmosfera brasileira. Castro Neves, um dos mais recentes membros da Academia Brasileira de Letras, constroi uma obra inovadora e que revela a sua ampla bagagem cultural. Com referências que vão de Shakespeare a contos iorubás, “Ozymandias” apresenta ao leitor uma história fragmentada.

NOTA

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10 minutos e 38 segundos neste mundo estranho, de Elif Şafak | Resenha

A premissa desse livro, da autora turca Elif Shafak, é incrível e afeta diretamente a estrutura da narrativa. A obra parte de um dado sobre o funcionamento do nosso corpo, com base em observações científicas: após o coração parar de bater, o nosso cérebro ainda apresentaria atividades por até 10 minutos e 38 segundos. E Elif Shafak se vale dessa informação para dar início a história de Leila Tequila, já que logo na primeira página nos deparamos com a informação que a protagonista teria sido assassinada.

NOTA 9/10