Não é segredo que sou fã de ficção e que a maioria das minhas leituras está inserida nesse gênero. Mas a verdade é que frequentemente sou surpreendido – de forma positiva – quando me aventuro em obras mais técnicas e que buscam aproximar o leitor de temas relevantes. E foi esse o caso de “O animal social”, uma referência na área da psicologia social, publicado em 1972.
Sou totalmente leigo na área e a verdade é que o próprio termo “psicologia social” não era tão conhecido por mim. E foi nesse ponto que me surpreendi, porque percebi o quanto esse tema é amplo e interessantíssimo, ao buscar explicações sobre o comportamento humano e nossa interação em uma sociedade cada vez mais complexa. Dentre os assuntos que mais me interessaram está a análise do preconceito, das relações amorosas e da nossa tendência de buscar pertencer a algum grupo. Por que agimos como agimos?
E apesar de o livro ter sido publicado há mais de 50 anos, essa edição da @editoragoya foi recentemente atualizada pelo autor, com a ajuda do seu filho. Várias teorias foram revistas e debates contemporâneos, como redes sociais e seu impacto nas relações, foram incluídos. Ou seja, o texto continua dialogando com o leitor jovem e é impossível não se enxergar em vários dos exemplos explorados pelo autor.
Também não há como negar que a leitura é densa. São várias as teorias apresentadas e o texto tem um cunho técnico e informativo, o que me fez levar um tempo maior para concluir a leitura (leia junto com um livro de ficção). Mas a leitura é acessível e repleta de exemplos que permitem uma aproximação do leitor com os assuntos discutidos. É um texto que demanda atenção, sobretudo pela quantidade de informação, embora não se apresente como um desafio para quem é leigo.
Ou seja, se você se interessa pelo tema e pelas discussões propostas pelo autor, recomendo demais. “O animal social” continua sendo uma relevantíssima referência sobre a psicologia social e que, sem dúvidas, mudou a minha compreensão sobre muitos assuntos que enfrento no meu dia a dia.