Em 2010, a revista Time publicou na sua capa uma foto do escritor norte-americano Jonathan Franzen com a seguinte chamada: O grande romancista americano. A popularidade em sua terra natal, no entanto, ainda não conquistou tanto o gosto do leitor brasileiro. Tem quem adora, mas sinto que Frazen ainda é pouco conhecido por aqui.
Resolvi ler o meu livro primeiro do autor, que é seu último lançamento, “Encruzilhadas”, quando fui convidado a entrevistá-lo para o programa Roda Viva, da TvCultura. A experiência de estar naquela bancada foi inesquecível e também fico muito feliz por essa oportunidade ter me levado a ler o seu mais recente romance, já que eu ADOREI!
É um romance familiar e cada capítulo é contado a partir da perspectiva de um membro dessa família. Estamos no início da década de 70, em Chicago, mesmo período em que cresceu o autor, com idas e vindas a partir das memórias dos personagens.
O casal Russ e Marion vivem uma fase conflituosa: ele é um pastor e os dois sabem que vivem um casamento infeliz. Os seus filhos passam por situações delicadas e de rebeldia. “O filho mais velho do casal, Clem, decidiu largar os estudos e se alistar para lutar na Guerra do Vietnã. A irmã de Clem, Becky, uma das garotas populares da escola, está flertando com a contracultura, enquanto o caçula, Perry, vende drogas para alunos da sétima série, mas decidiu que quer ser uma pessoa melhor.”
Achei incrível a forma como Franzen constrói seus personagens. Eles são densos, complexos em seus conflitos e verosímeis. São 600 páginas deliciosas de se ler. De verdade, um livro que eu não sentia as páginas passarem, de tão atraente que é a sua narrativa. Gosto muito do tema de conflitos geracionais e essa realidade está muito presente na família Hildebrant, além de outras questões relevantes, como religião e guerras.
Não sei se é uma leitura que agradará a todos, por ser um romance denso. Mas é um daqueles densos que fluem muito bem. “Encruzilhadas” é o primeiro livro de uma trilogia. Ansioso por ler mais do autor! Baita livro!