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O ritmo acelerado que vivemos ultimamente vem colocando a pausa e o silêncio como grandes - e incômodos - inimigos. E foi na contramão desse fenômeno que a leitura de um dos principais autores japoneses do século passado atingiu os leitores do meu clube do livro, o Bookster pelo Mundo. Uma obra escrita em 1956, em uma sociedade completamente distinta da nossa e que tinha como protagonista um monge de um templo budista zen, acabou se tornando uma leitura desafiadora - e, para mim, uma experiência muito marcante.

NOTA 7,5/10

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NOTA 9/10

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NOTA 9/10

DesCasos, Alexandra Szafir

E o livro é surpreendente por diversos motivos.
Em primeiro lugar, pela força de superação da autora. A obra foi escrita quando Alexandra já estava acometida por uma doença degenerativa gravíssima (ELA), que paralisou a maior parte dos seus músculos. Por isso, incapaz de se movimentar ou de falar, a autora escreveu os relatos apenas com o movimento dos olhos, com a ajuda de um programa de computador desenvolvido justamente para pessoas com deficiências.

Em segundo lugar, pelo grau de injustiça contida em cada um dos relatos apresentados. Como sou advogado, já havia lido e escutado casos bem absurdos do nosso sistema judiciário e carcerário. Mas esse livro consegue expor de forma crua e sensível a pouco divulgada realidade de acusados ou presos que, por sua condição social, ficam à mercê de um Estado falido e desestruturado. São casos de advogados que abandonam seus clientes por falta de dinheiro, autoridades que humilham os acusados, presos que estão na cadeia indevidamente, condições desumanas das prisões, e por aí vai…

Em terceiro lugar, a obra é muito acessível. Ela foi escrita para todos, independente se você estudou direito ou não. O livro é curto, fácil e rápido de ler.

Concluindo, na minha opinião DesCasos é uma daquelas leituras necessárias, que escancara uma realidade pouco conhecida, a realidade dos excluídos. Depois de lutar por mais de 10 anos contra a doença, a advogada e escritora faleceu em 2016.

 

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