Mês: Maio
Gênero: Livro censurado
Livro escolhido: “Amada”, de Toni Morrison
Quando a gente fala de censura, normalmente pensa em regimes ditatoriais pelo mundo, períodos de inquisições ou na ditadura militar que marcou a história do nosso país. Mas a verdade é que a liberdade de expressão ainda é a todo momento desafiada, por meio de comportamentos aparentemente isolados, mas que representam um reflexo de parte da sociedade que deseja sufocar a discussão de temáticas relevantes e legítimas.
A autora do livro escolhido é considerada uma das principais escritoras norte-americanas e foi a primeira escritora negra a receber o Prêmio Novel de Literatura (1993). Apesar de ter sido publicado em 1986, isto é, em um período recente, vem sendo vítima de diversas tentativas – algumas bem-sucedidas – de censura, sobretudo por escolas e bibliotecas. A obra narra uma forte e sensível história de escravidão e racismo no século XIX, mas que acaba sendo ilegalmente atacada por seu conteúdo violento e com conotação sexual.
Inclusive, foi elaborado um projeto de lei – denominado “Beloved Bill”, em referência ao título do livro no idioma original – que pretendia autorizar os pais de estudantes a vetar a leitura de certos livros. Felizmente, esse projeto foi vetado em 2016. Ainda assim, o livro figura quase no topo da lista das 100 obras mais banidas nos EUA na última década (American Library Association).
Na minha opinião, a tentativa de barrar a leitura da obra só evidencia a importância de manter vivo um trabalho de extrema relevância como esse e que foi considerado pelo New York Times como o melhor livro de ficção norte-americano dos últimos 25 anos.
Para quem preferir outra escolha, seguem algumas indicações: “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”, de Maya Angelou; “Cisnes Selvagens”, de Jung Chang; “Harry Potter”, de J. K. Rowling; e “A casa dos espíritos”, de Isabel Allende. •