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De onde eles vêm, de Jeferson Tenório | Resenha

Radicado em Porto Alegra, Jeferson Tenório é, hoje, um dos exemplos do alcance que a literatura nacional contemporânea vem atingindo. O sucesso “O avesso da pele”, vencedor do Prêmio Jabuti, vendeu milhares de cópias no Brasil - e fora dele -, confirmando a importância de valorizamos o que vem sendo produzido pelos nossos autores.

NOTA 9/10

DIVERSOS

Narciso e Goldmund, de Hermann Hesse | Resenha

O vencedor do Nobel de 1946 tem uma extensa produção literária e, em seus romances, abordar questões filosóficas e existenciais. “Sidarta”, “O lobo da estepe” e “Demian” são alguns dos que li e que me despertaram o interesse no autor. Com “Narciso e Goldmund”, que estava esgotada há anos no Brasil, o autor repete a sua forma de escrever e cria uma narrativa sobre dois amigos, repleta de boas reflexões. É um romance sobre opostos.

NOTA 8,5/10

NÃO FICÇÃO

NOTA 10/10

Prisioneiras, de Dráuzio Varella | Resenha

Tem alguns livros que considero como essenciais para alguém que vive em uma sociedade. E isso porque nos mostram o que está por trás de muitos problemas políticos e sociais, desmitificando aquele “senso comum desinformado” que ouvimos repetidas vezes. E “Prisioneiras” se encaixa nesse grupo!

Sou fã do Dráuzio pelo seu trabalho com e para o outro. E agora virei fã também de seu trabalho como escritor. A sua experiência com o ser humano é gigante. Apenas em penitenciárias, Dráuzio vem atuando desde 1989, quando começou no já extinto Carandiru. E em meio a tantas consultas, em que o autor não se limita a escutar as queixas físicas dos pacientes, Dráuzio se deparou com uma diversidade emocionante de histórias.

Em “Prisioneiras”, conhecemos um pouco das histórias do tempo em que o autor trabalhou em uma penitenciária exclusivamente feminina. E não são apenas relatos individuais de pacientes a que temos acesso, mas também há uma série de problemas e angústias que se repetem na vida de inúmeras das detentas. Dráuzio passa pelo problema do abandono da família e dos companheiros (quando, por outro lado, as mulheres passam anos visitando seus companheiros e filhos presos), pela origem da criminalidade da maior parte das detentas, pela complexa questão da sexualidade que rege as relações entre as mulheres nos presídios, pelas facções criminosas que comandam o dia a dia das mulheres encarceradas, e por aí vai…

Por isso, a leitura dessa obra nos mostra uma visão particular e pouco abordada do sistema penitenciário brasileiro e que nós, como cidadãos, devemos conhecê-la. A compaixão por quem está lá, independentemente do que tenha feito, é gigante pelos olhos de Dráuzio e, se um pouco disso conseguir ser transportado por meio do livro, já é um ganho inestimável para nós, leitores. Não há julgamentos morais, há a oportunidade de escutar, compreender e respeitar o outro.

Esse é o terceiro livro da trilogia sobre o sistema carcerário brasileiro. Comecei por ele e não acho que seja necessário ler em alguma ordem. Mas terminei a leitura com muita vontade de ler a trilogia completa.

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NOTA 8,5/10

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