Uma narrativa envolvente que transporta a mitologia grega para a nossa atmosfera brasileira. Castro Neves, um dos mais recentes membros da Academia Brasileira de Letras, constroi uma obra inovadora e que revela a sua ampla bagagem cultural. Com referências que vão de Shakespeare a contos iorubás, “Ozymandias” apresenta ao leitor uma história fragmentada.
A cada capítulo curto, que dão um ritmo fluido à leitura, vamos tentando recompor as peças desse quebra cabeça que esconde o passado dos mais diversos personagens. A protagonista busca compreender o seu passado e acaba encontrando em Ateninhas, uma pequena cidade esquecida, uma possível fuga para as tragédias que marcam o seu caminho.
A vontade é seguir na leitura para desvendar de que forma cada um daqueles personagens está relacionado, assim como o seu destino. Há uma árvore genealógica que vai se sendo preenchida ao longo da leitura, trazendo uma certa lembrança do estilo de Gabo em “Cem anos de solidão”.
Em seu primeiro romance, Castro Neves conseguiu unir uma boa história com um alicerce cultural interessantíssimo. Uma estreia de sucesso que tocar em temas essenciais não só da formação do nosso país, mas da própria humanidade.
Nota: por ser amigo do autor, prefiro não dar nota (sempre faço isso nesses casos)




