Com apenas 128 páginas, essa é, sem dúvidas, uma das histórias mais doloridas que li. Em alguns momentos cheguei até mesmo a questionar o motivo de tanto sofrimento. Mas a triste verdade é que, apesar de ser um livro de ficção, Jarid Arraes narra a história de muitas crianças espalhadas pelo nosso Brasil. É tanto sofrimento, porque é um retrato de uma realidade que não queremos conhecer.
Amanda vive em uma pequena cidade no interior do Ceará. A garota de 12 mora com sua mãe e sua avó. Apesar da idade, Amanda vive em um ambiente extremamente conturbado, sendo vítimas de brutais abusos físicos e psicológicos. A pessoa que deveria protegê-la é, na verdade, quem mais lhe faz mal, deixando marcas irreparáveis em seu todo. Fiquei com vontade de resgatar a personagem do ambiente que vivia para mostrar que nem tudo precisa ser sofrimento.
E o maior motivo do ódio que preenche a casa de Amanda é o fanatismo religioso de sua avó. Nos deparamos com um extremismo sem limites e, se não contido, pode ser tornar irreversível. É o uso da agressão para defender o amor ao próximo. É a repressão para defender as palavras sagradas.
Fiquei impressionado com a autora cearense consegue, em tão poucas páginas e logo em seu romance de estreia, criar uma narrativa de tamanho impacto no leitor. A escrita é envolvente e crua, mas confesso que tive dificuldades de encarar tamanho sofrimento, mesmo sabendo que a história é um retrato de muitas realidade. Eu não conseguia parar de ler para ver se a vida da protagonista melhoraria em algum momento. Por outro lado, a força de Amanda é impressionante, criando uma armadura para sobreviver a tantos obstáculos.
Para mim, a dor de Amanda chegou até a deixar a leitura cansativa, o que prejudicou um pouco a minha experiência. Talvez eu não estivesse preparado para o que viria. De qualquer forma, é um ótimo livro!
PS: o livro contem diversos gatilhos de abuso físico e psicológico.
Você tirou todas as palavras do fundo do meu ser!
Uma amiga me emprestou esse livro, e tadinha! Em meio ao meu sofrimento e todos os gatilhos inflamados em mim, acabei mandando esse texto para ela!
Clô de Deus!
Como você teve coragem de trazer esse livro triste, cheio de lamúria e essa vida miserável para eu ler e pior, não consigo parar de ler na esperança de ver se a vida dela melhora em alguma coisa, a vida desse pobre menina, pobre de amor, de sonho partido. Rasgou o corpo e alma da Amanda e de nós leitores.
Cristiane A.
Nunca mais me de nada triste assim para ler!
Tá doida?
A vida já não é uma alegria só, para que ficar colocando mais tristeza para dentro!
Graças a Deus! ??falta só 20 páginas