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#DesafioBookster2024 | Novembro

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Mamãe & eu & Mamãe, de Maya Angelou | Resenha

A busca por uma efetiva reconciliação entre pais e filhos é tratada na literatura há séculos. Para a ativista e poeta norte-americana, Maya Angelou, esse processo teve início muito cedo, aos 13 anos. Depois de problemas no casamento, Maya e seu irmão mais velho foram abandonados pela mãe quando os dois ainda eram muito pequenos. A infância foi vivida na casa da avó paterna, em um estado racista no sul dos Estados Unidos.

NOTA 9/10

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NOTA 10/10

Os anos, de Annie Ernaux | Resenha

Atualmente, o meio literário só fala de Annie Ernaux, autora francesa que venceu o Prêmio Nobel de Literatura de 2022. Suas obras, no entanto, ainda estão aos poucos furando a bolha de quem já é leitor para atingir um público maior. E, com a leitura de Os anos, posso confirmar que a autora merece muito esse alcance.

Essa é a minha segunda obra de Annie Ernaux, conhecida por construir seus livros a partir de suas memórias. O primeiro foi O lugar, e confesso que não foi uma leitura que amei. Cada livro foca em momentos específicos de sua vida, sendo que Os anos seria o mais completo, que transcorreria de forma mais distante as últimas décadas.

Apesar de escrever sobre suas memórias, a autora cria uma autobiografia impessoal. Quem lê sem saber o que está por trás do livro, não conseguiria saber que as páginas guardam a história de quem as escreve. Além de fazer referência a uma outra mulher, Annie não se vale de uma narrativa linear, começa com trechos de memórias soltas. Lembranças curtas. Isso pode até parecer estranho para o leitor, mas continue que a história passa a fazer mais sentido.

O mais interessante da obra é que a vida de Annie Ernaux abrange períodos muito marcantes da História. É a geração nascida na década de 40, que cresce no pós Segunda Guerra Mundial. Apesar de não terem vivido todo o horror da guerra, crescem ouvindo os pais e avós falando constantemente sobre o tema. E a partir disso, vamos acompanhando outros momentos históricos, entrelaçados com experiências pessoais de Annie Ernaux, até chegar a atualidade, envolvendo tecnologia e questões polêmicas que passaram a ser discutidas nas últimas décadas e ainda não foram superadas.

A escrita é gostosa, mas levei mais tempo do que imaginei para terminar o livro. Os parágrafos são densos e, por isso, fui curtindo aos poucos. A minha dica é: não tenha e não se assuste se o começo parecer confuso. Lembre-se que são memórias, que nem sempre seguem uma linha temporal. Mas leiam, porque Annie Ernaux é uma escritora sensacional!

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Uma tristeza infinita, de Antônio Xerxenesky | Resenha

Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, Uma tristeza infinita aborda dois temas dos quais gosto muito: medicina e saúde mental. O enredo é construído a partir da mudança de vida feita por Nicolas, um psiquiatra francês, e sua companheira, Anna. Os dois aceitam um convite para se mudarem para um pequeno vilarejo suíço, onde fica localizado o novo local de trabalho do protagonista: um hospital psiquiátrico.

NOTA 8/10

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Amanhã, amanhã, e ainda outro amanhã, de Gabrielle Zevin | Resenha

Descobri este livro de uma forma curiosa: morando em Nova York, sentado em um café, quando escuto duas meninas na mesa ao lado conversando sobre um livro. Eu, que não nego ser curioso, logo começo a tentar escutar. Quando mencionaram que acharam Tolstói contemporâneo, não aguentei e resolvi perguntar. Tratava-se da obra de Gabrielle Zevin e a minha nova “amiga”, uma jovem russa, falou que eu deveria lê-lo! Isso ficou na minha cabeça, e qual não foi a minha felicidade quando recebi esse lançamento da Editora Rocco.

NOTA 8/10