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DIVERSOS

Relato de um náufrago, de Gabriel García Márquez | Resenha

Publicada em vários capítulos no Jornal El Espectador, em 1955, “Relato de um náufrago” é uma das primeiras obras escritas por Gabriel García Márquez e nos apresenta um texto jornalístico, que causou fortes impactos na sociedade da época. A narrativa traz em detalhes os 10 dias de Velasco, um marinheiro que é arremessado, junto com outros colegas, de um navio durante uma tempestade em fevereiro de 1955. Velasco foi o único sobrevivente da tragédia e ficou à deriva sozinho em uma pequena balsa por 10 dias até ser encontrado em condições extremas.

NOTA 9/10

DIVERSOS

O retorno, de Dulce Maria Cardoso | Resenha

A literatura portuguesa já conquistou meu coração de leitora há anos, com várias obras entrando para a minha lista de favoritas da vida. O que sempre me incomodou, confesso, era a pouca presença de autoras mulheres nas minhas leituras. O Retorno, de Dulce Maria Cardoso, estava na minha estante há tempos - e fico muito feliz de finalmente ter dado uma chance a ele. Fui imediatamente envolvido pela narrativa e pela força da temática.

NOTA 9/10

NÃO FICÇÃO

NOTA 9/10

As inseparáveis, de Simone de Beauvoir | Resenha

Escrito em 1954, “As inseparáveis” é um romance póstumo inédito no Brasil, e foi a minha primeira experiência lendo a memorável Simone de Beauvoir. A leitura tem como pano de fundo a amizade entre duas amigas, Sylvie e Andrée. Mas, na verdade, a autora criou essas duas personagens para escrever um romance sobre a sua própria história e de sua amiga Élisabeth Lacoin, a Zaza. “As inseparáveis” pode, portanto, ser classificado com um romance autobiográfico, em que há elementos de ficção (em maior ou menor grau) junto com um narrador que conta a sua própria historia, em primeira pessoa.

A história das duas garotas começa ainda na infância, quando Sylvie e Andrée se conhecem no colégio Desir, em Paris. A relação entre duas meninas tão diferentes acaba se desenrolando em uma amizade intensa e conflituosa, sobretudo em virtude dos contrastes na educação que cada uma recebe dentro de casa. Um contaste entre mulheres que aceitavam ou se opunham às imposições de uma sociedade conservadora e religiosa do início do século XX.

E é a partir das diferenças de pensamentos, e de como Sylvie se opunha aos pensamentos da conservadores da família de Andrée, que podemos ver pontos que posteriormente marcariam a filosofia da autora sobre as diferenças de gênero.

Além das questões mais ideológicas, o que temos nesse livro é uma narrativa sobre uma amizade marcante e que faz sofrer. A autora enfrenta angústias da sua infância e adolescência, passando por temas como primeiro amor, religião e a dificuldade do amadurecimento.

A edição conta com fotos de Simone e sua melhor amiga e cartas trocadas entre as duas amigas, além de um ótimo prefácio escrito pela filha da autora, Sylvie Le Bon de Beauvoir. Um romance curto, delicioso e que ficará marcado para leitor!

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CLÁSSICOS, FICÇÃO

A fazenda dos animais, de George Orwell | Resenha

Fazer essa releitura foi marcante por alguns motivos. Em primeiro lugar, a mudança do título que marca a nova tradução feita por Paulo H. Britto para essa edição sensacional. Apesar de representar algo aparentemente pequeno em uma obra tão relevante, a mudança de “Revolução dos bichos” para “A fazenda dos animais” aproxima muito mais a obra do título original (“Animal farm”). Eu adorei a novidade, até porque quando vou ler um livro traduzido para o português, desejo ler a versão mais similar possível ao que a autora ou autor pretenderam criar para o leitor, sem contar que o título anterior teria sido escolhido para fazer parte de uma "propaganda anticomunista" do governo da época em que foi publicado (1964).

NOTA 10/10

FICÇÃO

A uruguaia, de Pedro Mairal | Resenha

Escrito pelo argentino Pedro Mairal, “A uruguaia” foi muito bem recebido pelos leitores brasileiros. A sinopse é um pouco atrapalhada e não revela muito do que vamos encontrar: Lucas, um escritor na casa dos 40 anos, precisa viajar ao Uruguai para resolver alguns problemas financeiros. Mas se a viagem tinha um objetivo meramente prático, o personagem aproveita a oportunidade e cogita se reencontrar com uma paixão proibida que viveu naquele país, quando foi convidado para um festival literário. Seu nome é Magali GUERRA.

NOTA