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DIVERSOS

Relato de um náufrago, de Gabriel García Márquez | Resenha

Publicada em vários capítulos no Jornal El Espectador, em 1955, “Relato de um náufrago” é uma das primeiras obras escritas por Gabriel García Márquez e nos apresenta um texto jornalístico, que causou fortes impactos na sociedade da época. A narrativa traz em detalhes os 10 dias de Velasco, um marinheiro que é arremessado, junto com outros colegas, de um navio durante uma tempestade em fevereiro de 1955. Velasco foi o único sobrevivente da tragédia e ficou à deriva sozinho em uma pequena balsa por 10 dias até ser encontrado em condições extremas.

NOTA 9/10

DIVERSOS

O retorno, de Dulce Maria Cardoso | Resenha

A literatura portuguesa já conquistou meu coração de leitora há anos, com várias obras entrando para a minha lista de favoritas da vida. O que sempre me incomodou, confesso, era a pouca presença de autoras mulheres nas minhas leituras. O Retorno, de Dulce Maria Cardoso, estava na minha estante há tempos - e fico muito feliz de finalmente ter dado uma chance a ele. Fui imediatamente envolvido pela narrativa e pela força da temática.

NOTA 9/10

FICÇÃO

NOTA

Pátria, de Fernando Aramburu | Resenha

Ganhador do Prêmio Nacional de Narrativa de 2017 (Espanha), “Pátria” pode ser uma excelente escolha para quem gosta de um bom romance histórico. O cenário por trás da narrativa é marcado pelos conflitos no País Basco entre os governos espanhol e francês e o grupo terrorista ETA, que buscava sua independência. Para conseguir transportar o leitor a essa história, Fernando Aramburu constrói seu romance a partir da vida de duas mulheres afetadas pela violência constante: Bittori e Miren. Duas grandes amigas que, por motivos políticos e ideológicos, cortaram relações. Apesar de cada uma defender seu ponto de vista, é visível a saudade que cada uma nutre pelos tempos de amizade. O estopim para essa separação está em Txato, marido de Bittori, que é vítima de um cruel assassinato praticado pelos membros do grupo terrorista. Acompanhamos, então, como a separação entre duas famílias afeta cada um dos personagens, não só as matriarcas, mas também os maridos e filhos.

A escrita é bem cativante e fluida, mesmo que a narrativa não siga uma forma linear. Gostei da forma como o autor alterna entre o narrador em 1ª e 3ª pessoa, aproximando mais o leitor dos personagens. No começo pode até ficar um pouco confuso, mas eu logo me acostumei com esse estilo de Fernando Aramburu.
Além de nos ensinar sobre os conflitos no País Basco, sendo que o próprio autor nasceu nessa região, “Pátria” é uma obra que nos faz refletir sobre um tema extremamente atual: o fanatismo irracional por um pensamento ou posição política. É o abrir mão de valores, de relações e do próprio senso crítico por ideias coletivas e inquestionáveis. No meio de tantos personagens, a história de Arantxa, filha de Miren, foi a que mais me fascinou, pois foge dessa visão extremista e polarizada em que o povo do País Basco vivia.

Senti, no entanto, que o autor se estendeu em algumas passagens que pouco contribuíram para o desenvolvimento da narrativa. Fora isso, o livro é realmente excelente e muito recomendado!
Livro recebido pelo #intrínsecos, clube do livro da @intrinseca e estará em breve nas lojas!

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Olhos d’água, de Conceição Evaristo | Resenha

Qual a porcentagem de livros escritos por mulheres na lista da suas últimas leituras? Qual foi a última obra nacional que você leu? E a última escrita por alguma autora ou autor negro? Hoje eu presto muita atenção na hora de escolher minhas leituras...

NOTA 9,5/10

NÃO FICÇÃO

21 lições para o século 21, de Yuval Harari | Resenha

Em seu último lançamento, Harari pretende despertar a reflexão sobre questões sociais ou politicamente relevantes para o futuro da humanidade. Dentre os pontos trazidos, destaco imigração, terrorismo, justiça e educação...

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