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Mamãe & eu & Mamãe, de Maya Angelou | Resenha

A busca por uma efetiva reconciliação entre pais e filhos é tratada na literatura há séculos. Para a ativista e poeta norte-americana, Maya Angelou, esse processo teve início muito cedo, aos 13 anos. Depois de problemas no casamento, Maya e seu irmão mais velho foram abandonados pela mãe quando os dois ainda eram muito pequenos. A infância foi vivida na casa da avó paterna, em um estado racista no sul dos Estados Unidos.

NOTA 9/10

LIVROS

NOTA 09/10

Sonhos em tempo de guerra, de Ngugi Wa Thiong’o

Apesar de ser considerado um dos principais nomes da literatura africana contemporânea, nunca tinha lido nenhuma obra do autor. Resolvi começar por seu livro de memórias, especificamente memórias da sua infância e juventude.
Thiong’o nasceu em uma região rural do Quênia, na década de 40, e foi criado com base nos costumes e tradições das gerações antepassadas. Sua mãe, uma figura extremamente presente ao longo da vida do autor, era a terceira das quatro esposas de seu pai.
E é a partir da visão de uma criança nascida em uma família poligâmica no interior do Quênia que o leitor acompanha as mudanças que o colonialismo traz na vida de Thiong’o e dos que estão à sua volta. É um contraste, percebido em pequenos detalhes, entre os costumes da população local e o “novo” conceito de civilização trazido pela colonização britânica. Essas mudanças impostas pelos colonizadores vão ser percebidas dentro da própria casa, nas escolas, no idioma falado, na religião, nos jornais e em diversos aspectos da vida cotidiana.
A história do Quênia no período colonial e dos movimentos de resistência que surgiram em busca da independência está dissolvida de forma sutil ao longo de toda a obra. É um daqueles livros em que se aprende sem nem mesmo perceber!
Além de relatar suas memórias de forma envolvente, o autor conseguiu transmitir ao leitor de forma muito real o processo de perda de identidade do povo colonizado. É o sentimento de não pertencer a uma cultura, de perder as terras em que vive e, como mencionado pelo próprio Thiong’o, de se sentir como um “forasteiro” em seu próprio país. “Sonhos em tempo de guerra” é um relato autobiográfico inspirador e que ensina muito ao leitor não só sobre fatos históricos, mas também sobre a resiliência e determinação do ser humano. .

Trecho: “A crença em si mesmo é mais importante do que intermináveis temores acerca do que os outros pensam de você. Valorize-se, e os outros irão valorizá-lo. A melhor legitimação é a que vem de dentro.”

Editora: Biblioteca Azul

Ano de publicação: 2015

Número de páginas:  272

Link de compra: https://amzn.to/2W3FuRg

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