É como sempre falo: parece que cada palavra foi escolhida a dedo. Em A desumanização, essa fórmula se repete. Acompanhamos uma história contada por uma garota de 11 anos, logo após a morte de sua irmã gêmea. É a morte e o luto a partir da perspectiva de uma criança. Acostumada a compartilhar tudo com sua irmã, desde o nascimento, a dificuldade encontrada é em como viver como uma só. Halla passa ser a metade de um inteiro, a “irmã menos morta”. Diante desse episódio tão marcante, a protagonista passa a descobrir os segredos da família e do vilarejo em que vive. Não é uma leitura fácil, até mesmo pela sua alta carga poética. Alguns trechos exigem mais de uma leitura, mas aos poucos você se acostuma e acaba engrenando no ritmo e estilo do autor. O cenário melancólico de uma Islândia congelante consegue dar ainda mais profundidade à obra. “A máquina de fazer espanhóis” e “Homens imprudentemente poéticos” ainda são os meus livros favoritos do autor. Mas, como disse, todos os livros do autor merecem ser lidos!
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